É dever de todo profissional de jornalismo saber que possui toda a responsabilidade sobre o texto que escreve e pública. É necessário ter cuidado com as palavras e saber lidar com possíveis conseqüências devido ao que foi publicado. A matéria, uma vez publicada, não há como voltar atrás. O chamado “bom jornalista” deve zelar pela veracidade e precisão da informação, divulgar notícias com objetividade, assumir um caráter imparcial e honrar o compromisso ético com o interesse público.
Segundo o dicionário Aurélio, “ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal.” Um jornalista pode ferir a ética quando, conscientemente, transmite uma informação falsa para o público como verdadeira.
Em relação a isso existem vários exemplos. O programa “Domingo Legal” exibiu uma entrevista com supostos membros do PCC que na verdade não passavam de atores. Outro caso polêmico aconteceu em Washington com o jornalista Stephen Glass, que trabalhava na conceituada revista “New Republic”. Uma de suas histórias chegou a ser tão mirabolante, que levantou suspeita e levou o editor-chefe da revista a iniciar uma investigação a respeito dos textos de Stephen. Constatou-se que dos 41 artigos que Glass havia escrito 27 eram falsos. Ele não passava de um ficcionista que criava personagens, inventava e distorcia histórias, aumentava fatos. Enfim, um grande mentiroso, que procurava a fama publicando uma boa história. A ética jornalística também é infligida quando algum jornalista publica um texto dizendo ser seu, quando na verdade é de autoria de terceiros. O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra que pertença a outra pessoa, sem colocar os créditos para o autor original.
Para trabalhar no meio jornalístico é preciso ter bom senso e responsabilidade. Nem sempre uma informação é tudo. Arriscar a carreira ou até mesmo a vida em busca de uma boa matéria pode não valer tanto a pena. Um exemplo claro disso é o do jornalista Tim Lopes, que em busca de imagens retratando o tráfico de drogas e a violência, assumiu uma falsa identidade, entrou num baile funk de uma favela do Rio de Janeiro e, por causa disso, acabou sendo morto por bandidos ao ser descoberto como repórter.
Mas os exemplos não acabam por aí. Existe também o caso da jornalista que, para provar a deficiência no sistema de segurança de um hospital, entrou no berçário e levou uma criança. É nesses casos que é preciso ter bom senso. Colocar a própria vida ou a vida de uma pessoa em risco para obter uma informação pode trazer danos irreparáveis. Em casos em que a matéria será feita de forma segura, o uso de uma falsa identidade por um jornalista é coerente, uma vez que, se fosse identificado como repórter, certamente não teria acesso a determinadas informações. Quando o fato é de interesse público e irá de alguma forma defender os direitos da população, é dever do jornalista publicar a matéria. Cabe a ele informar o público sobre os fatos e acontecimentos. O que não seria ético para um profissional é subornar para obter informações, mesmo que a matéria renda grandes lucros. Um bom jornalista deve usar estratégias para obter informações, procurar adquirir o maior número de detalhes, fazer perguntas de forma indireta que levem o entrevistado responder mais do que deveria.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
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